sexta-feira, 25 de maio de 2012

Google é contra filtros de pornografia. Eu também.

Numa dessas andanças pela Internet me deparo com a seguinte notícia: Google é contra a ideia de criar filtros para pornografia: http://idgnow.uol.com.br/internet/2012/05/23/google-se-opoe-a-decisao-de-criar-filtros-para-pornografia/

É claro que a primeira e óbvia reação (ou não tão óbvia assim), foi de me indignar com a notícia. Passados os 5 segundos de "reprovação pelo que ainda não conheço", que já é enraizado na nossa cultura, fui me informar mais sobre o assunto.

Observe que estou longe de julgar os méritos da pornografia em si, pois desde que não seja com menores,  que haja consenso entre os participantes, que esteja dentro da legalidade, cada um paga seus impostos, logo, cada um sabe de sua vida, do que aprova ou não aprova. Não infringindo nenhuma lei é o que interessa. O que chama a atenção nesse caso é o fato da empresa não querer criar "filtros", ou seja, definir mecanismos para que crianças, por exemplo, não consigam ter acesso a esse tipo de resultado se fizerem uma busca utilizando os mecanismos do Google.

Numa proposta do governo britânico para a criação desses filtros, a resposta da empresa foi de que eles estariam incentivando a censura na rede e também pais preguiçosos que não tomam conta dos seus filhos enquanto eles se divertem on-line. E isso é fato! Muitos pais tem o computador como um "alívio", o momento em que seus filhos se divertem e eles têm algumas horas de paz. Se esquecem de que educar, zelar, cuidar, requer 24x7x365 de atenção, não sendo possível deixar de serem pais por alguns minutos para vestirem a fantasia de pais novamente logo em seguida. Não se tira férias da paternidade/maternidade, nem por um minuto. Saber o que seus filhos fazem on-line, quais seus interesses, que tipo de conteúdo produzem, qual a sua postura nas redes sociais, alertá-los quanto aos abusos e perigos é fundamental e deveria ser tema de curso especializado; algo como: "Curso de Internet para pais de crianças e adolescentes", ou "Vai ser papai/mamãe? Esperamos você para nosso curso de responsabilidade on-line" ;o)

Voltando a seriedade do post, o Google oferece um recurso chamado de "Google instantâneo" ou "Google Instant", no qual enquanto você vai digitando o termo a ser pesquisado, ele já vai mostrando resultados de busca das palavras que estão sendo preenchidas (inclusive sugerindo termos de busca; para saber mais: http://www.google.com/intl/pt-BR/instant/). Mas se você digitar a palavra "sexo" no Google, por exemplo, não terá nenhuma busca automática, nenhum retorno a não ser que você pressione [ENTER], atestando que você realmente quer pesquisar sobre o tema digitado. Ou seja, não podemos dizer que a empresa está sendo "omissa" ou agindo com "má vontade" e vejo com bons olhos essa atitude, assim como vejo com bons olhos a empresa não querer fazer essa filtragem. Ela promove com isso a ideia de que sim, nós estamos fazendo nossa parte, mas é preciso que quem está no outro lado (nesse caso, pais e responsáveis), também façam a sua. Particularmente, gosto dessa postura. Enfim, certamente será uma decisão polêmica e definitivamente algo a ser pensado. De qualquer maneira, "chamar os pais às suas responsabilidades", na minha humilde opinião de pai, educador e professor é um bom ponto de vista.

t+

Cristiano
"It's nothing but a network layer 8 issue"  -  "There's no place like 127.0.0.1"

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