sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Livro indicado: Direitos da Personalidade

Livro: Direitos da Personalidade
Editora: Atlas
Edição: 1º
Data: 2011
Porque ler: Outro livro que tomei conhecimento através do podcast Segurança Legal. Não é de hoje que as disciplinas da tecnologia da informação e do direito namoram (e diria que se completam). Diversos recursos utilizados na TI precisam de um embasamento jurídico para serem efetivas e a obra não traz apenas casos onde há uma relação direta entre essas disciplinas mas também vários temas relacionados aos direitos da personalidade como um todo. O autor aborda polêmicas jurídicas como eutanásia, o famoso "dano moral", biografias não autorizadas, sistema de cotas e diversos outros temas relacionados, sempre baseando-se em casos reais para facilitar o entendimento. Não é uma obra específica de TI, mas traz casos interessantes que também podem estar vinculados a essa disciplina. O autor passa pelo direito ao próprio corpo, direito à honra, direito à imagem, direito à personalidade e direito ao nome e à identidade pessoal. Por tratar-se de uma obra repleta de exemplos reais, além de facilitar o entendimento, torna-se uma obra cuja leitura é agradável e que nos faz pensar sobre determinados aspectos da lei que, talvez, sequer havíamos notado anteriormente. Da contra capa do livro: "Big Brother Brasil, Enfermeira do Funk, Tropa de Elite, Homem-Lagarto, Twitter, Facebook, Topless, Grafitismo, Vale-Tudo. O novo livro de Anderson Schreiber não é apenas um estudo completo sobre os direitos da personalidade, mas também um divertido passeio por casos reais que têm suscitado as mais intensas polêmicas no meio jurídico. Escrito em linguagem simples, que o torna acessível mesmo ao leitor que se aventura pela primeira vez no mundo do direito, o livro enfrenta com coragem e clareza temas espinhosos, como eutanásia, discriminação genética, testamento biológico, direito à diferença e outros tantos assuntos vinculados à tutela da pessoa humana na realidade contemporânea.
A obra, que celebra os dez anos de magistério do autor, promete se tornar um marco no tratamento da matéria no direito brasileiro, apontando novas soluções para problemas que são, há muito, debatidos pelos nossos tribunais. Por tudo isso, a Editora Atlas tem o prazer de convidar o leitor a participar dessa instigante e prazerosa viagem pelos Direitos da Personalidade."
Livro de extrema importância dado o cenário que temos hoje com aplicativos como Lulu, Tubby, Bang With Friends (que agora virou Down), Girls Around Me, Baddabing e etc. 
Link: http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4898676/direitos-da-personalidade/
Capa do distinto:


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Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles

Livro indicado: O culto do amador

Livro: O Culto do Amador - como blogs, MySpace, Youtube a pirataria digital estão destruindo nossa economia, cultura e valores
Autor: Andrew Keen
Editora: Zahar
Edição: 1º
Data: 2009
Porque ler: Numa obra considerada polêmica pela crítica especializada, o autor defende que a "Web 2.0" desacredita o jornalismo profissional e as mídias profissionais, uma vez que qualquer um pode publicar notícias e comentários "especializados" sem qualquer comprometimento com a veracidade de fatos e sem se responsabilizar por eles, como um jornalista profissional o faria. Conforme Keen, qualquer um que publique notícias sem o intuito de "ganhar dinheiro" deve ser desacreditado. É notório o incômodo do autor com o fato de pessoas leigas opinarem sobre um determinado assunto, geralmente trazendo muito ruído mas pouca verdade, muito pouca "qualidade disfarçada de democracia". Ele ainda defende que perderemos a mídia como fonte confiável de informação e diversão, transformada apenas numa multidão de narcisistas ansiosos por expressar-se on-line. Fala ainda sobre a devastação da indústria fonográfica em função da pirataria e faz um alerta quanto as indústrias do cinema e do livro.  O autor faz duras críticas a Wikipedia e talvez por isso seu verbete seja assim tão sucinto na mesma: Wikipedia ;o) O livro traz sim visões radicais e polêmicas mas levanta uma discussão importante sobre o futuro da cultura (e de obras de expressão cultural) como um todo. Keen acredita que sem a visão mediadores especializados, para definir o que é um bom livro, um bom filme ou uma boa música, acabaremos por consumir apenas lixo produzido e recomendado por amadores. Como toda boa leitura, recomendo que você a absorva "desarmado", pois mesmo que não concorde com seu ponto de vista, muito pode ser extraído dessa obra. Eu mesmo discordo de boa parte do livro, mas ainda assim o recomendo pois acho interessante que você chegue as suas próprias conclusões. E veja que "discordar de boa parte do livro", não significa "discordar dele totalmente"; muito do que ele diz faz sim, muito sentido, apesar de eu acreditar que as coisas estão tomando rumos diferentes das suas "previsões". Vagando pela Internet você vai encontrar muitas opiniões contrárias ou a favor da obra de Keen, portanto leia o livro e tire você mesmo suas conclusões.  
Capa do distinto:



Vídeos com uma entrevista do autor sobre o livro parte 1, parte 2 e parte 3.

t+

Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Livro indicado: Bullying e Cyberbullying - O que fazemos com o que fazem conosco

Livro:Bullying e Cyberbullying - O que fazemos com o que fazem conosco?
Editora: Moderna
Edição: 1º
Data:2011
Porque ler: Já citei essa obra num post anterior sobre Cyberbullying e nas indicações de livros, não poderia deixá-la de fora. A autora inclusive fala sobre o livro nesses links do "Palavra do autor" da editora Moderna. Trata-se de um livro curto mas bem esclarecedor. São abordados os conceitos que envolvem a prática do bullying e do cyberbullying, os limites da brincadeira, o perfil dos agressores, as raízes desse comportamento, geralmente baseados no preconceito e na discriminação aprendidos em casa. Aborda ainda  como identificar vítimas, como construir um programa antibullying, formando parcerias entre "família x escola x comunidade" e, muito importante, como mobilizar o maior grupo, os que assistem às agressões, para que se posicionem contra esse tipo de prática. A titulo de exemplo, observe esse trecho: "E o que dizer dos filhos que presenciam agressões diárias entre seus pais, que se batem com palavras em uma relação de desrespeito e desqualificação? A exposição contínua a episódios de violência adormece a indignação, tornando muitos de nós insensíveis ao sofrimento alheio". E isso é exatamente o que vemos por aí. Algumas notícias de violência nos telejornais já não mais nos impressionam, pois tornaram-se comuns no nosso dia a dia. É preciso resgatar as relações de respeito, principalmente nos nossos lares e essa é uma visão fundamental no tratamento do bullying expressa brilhantemente pela autora.
Em tempo, a abordagem dada sobre "o que fazemos com o que fazem conosco", é muito interessante e remete ao pensamento de até onde posso me deixar influenciar pelas agressões. Que tipos de características posso desenvolver para que as agressões não me atinjam, e esse é sem dúvida um ponto de vista que precisa ser muito bem assimilado pelos jovens.
Capa do distinto:


Recomendo  a leitura desse livro, principalmente para quem têm filhos e se preocupam (ou não) com a educação dos mesmos. Obra obrigatória na estante lá de casa ;)

t+

Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles

Livro indicado: Política de Segurança da Informação

Livro: Política de Segurança da Informação - Guia prático para elaboração e implementação
Autor: Fernando Nicolau Freitas Ferreira e Márcio Tadeu de Araújo
Editora: Ciência Moderna
Edição: 2º
Data: 2008
Porque ler: Toda empresa necessita de uma PSI - Política de Segurança da Informação. Esse é um dos pilares do processo de segurança da informação, formado por: "Política + Mecanismos + Cultura". A grosso modo, podemos traduzir esse processo em: "Regras a serem cumpridas + Ferramentas para aplicar/monitorar as regras + Treinamento do usuário". Esse livro é uma boa referência sobre como tratar o primeiro pilar desse processo de segurança que é a política mas já dá boas dicas também no tratamento dos demais. A criação de uma boa PSI é fundamental para que o processo tenha êxito como um todo e este livro, cobre passo a passo os procedimentos para a criação de uma PSI eficiente. Os autores cobrem temas como: definições de política de segurança, etapas de desenvolvimento (incluindo pontos críticos de sucesso), metodologias e melhores práticas (ISO 27002, Cobit, Itil entre outras), atribuição de regras e de responsabilidades, a importância da criação de um comitê gestor de segurança da informação bem como o envolvimento da alta direção no processo. Também aborda o processo de classificação das informações, procedimentos gerais de segurança (incluindo aqui o uso de criptografia, controle e monitoramento, trilhas de auditoria, plano de continuidade e etc), conformidade e gerenciamento de riscos entre diversos outros temas. É um livro bem completo e recomendo muito para quem está desenvolvendo ou mantendo uma PSI numa empresa, independente do seu tamanho.

O livro ainda vem com um CD que contém documentações variadas como as cartilhas de segurança do CERT.br, o GAISP V3.0 (Generally Accepted Information Security Principles), Handbook para CSIRTs (Computer Security Incident Response Teams), checklist da ISO 17799, publicações do NIST, guia de implementação do método Octave, entre outras documentações. 

t+

Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Livro indicado: Sistemas de Segurança da Informação - Controlando os Riscos

Livro: Sistemas de Segurança da Informação - Controlando os Riscos
Autor: André Campos
Editora: Visual Books
Edição: 2º
Data: 09/2007
Porque ler: Trata-se de um bom livro e recomendo a leitura para meus alunos que desejam saber mais sobre SGSI - Sistemas de Gestão da Segurança da Informação. Ao longo de suas 218 páginas o autor explora conceitos importantes como o que são ativos de informação, vulnerabilidades, ameaças, probabilidade, impacto, controles, incidentes de segurança da informação, etc. Além disso discute o escopo de um SGSI, como implementá-lo, monitoramento e revisão do sistema, questões de auditoria e controle. É um dos livros que me baseio para, junto com meus alunos, assimilarmos a importância da análise de risco ao ambiente empresarial. Inclusive realizamos uma AR numa empresa fictícia em aula de acordo com conceitos explorados pelo livro na disciplina de "Metodologia de Projetos".

O livro é muito útil para quem deseja aprofundar conhecimentos na Análise de Riscos, criação de PSI - Política de Segurança da Informação e trilha de auditoria. Recomendo.

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Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Livro Indicado: Nothing to Hide - The false tradeoff between Privacy and Security

Continuando os posts sobre "Livros indicados".

Livro: Nothing to Hide - The False Tradeoff Between Privacy and Security
Autor: Daniel J. Solove
Editora: YALE University Press
Edição: 1º
Data: 31/05/2011
Porque ler: Sem dúvida um dos livros mais esclarecedores que li ultimamente e coincidentemente (tá bom, nem foi tanta coincidência assim ;)) cheguei até ele pelo podcast do Segurança Legal. Já havia citado esse livro no post sobre metadados e no post sobre o fim da privacidade. Você pode inclusive ler um pedacinho do livro aqui. A ideia baseia-se em contrapor o famoso argumento do "Eu não me importo com a vigilância pois não tenho nada a esconder", e acredito que o autor atingiu seu objetivo brilhantemente. O livro trata de rebater 4 argumentos muito utilizados por quem justifica que, para termos mais segurança, precisamos abrir mão de um pouco de (ou "toda a") nossa privacidade:
  • "Devemos abrir mão da privacidade se isso nos deixa mais seguros"
  • "Se você não tem nada a esconder, não deveria se preocupar com a vigilância governamental"
  • "Devemos confiar cegamente nos oficiais da segurança (polícias em geral)"
  • "Nas emergências nacionais, alguns direitos devem ser tolhidos, mas serão restaurados posteriormente"
O livro é excelente e recomendo  a leitura.

 Link: http://www.amazon.com/Nothing-Hide-Tradeoff-between-Security/dp/0300172311
Capa do distinto:


Numa das passagens do livro, o autor que, cansado de ouvir o argumento "Se você não tem nada a esconder..." nas notícias diárias, nas discussões e entrevistas, lançou esse questionamento no seu blog e cita alguns dos seus leitores que comentaram esse argumento:
  • Minha resposta é: "E então, você tem cortinas em casa?" ou "Posso ver suas faturas de cartões de crédito deste último ano?"
  • Então, minha resposta ao argumento "Se você não tem nada a esconder..." é simplesmente "Eu não preciso justificar minha posição. Você precisa justificar a sua. Volte aqui com um mandado."
  • "Eu não tenho nada a esconder. Mas também não tenho nada que deseje lhe mostrar."
  • "Se você não tem nada a esconder, então você não tem uma vida".
  • "Me mostre o seu que eu mostro o meu".
  • "Não se trata de se tenho ou não algo a esconder, e sim sobre isso não ser da sua conta".
E nesse clima, o autor aborda diversos temas relacionados a privacidade como o fato de termos pouca privacidade em público. Será que o simples fato de estarmos na rua implica que não temos direito a nossa privacidade? Não se anseia por segredo total, mas também não se espera que tudo o que estamos fazendo esteja sendo gravado. Estudos na Inglaterra, por exemplo, onde as câmeras de vigilância dominam as ruas, mostram que seu uso não é assim tão relevante na proteção ao crime. Além do que, filmes como Watchmen já pontuaram a questão: "Quem vigiará os vigilantes"?

Pontua também sobre o que o autor chama de "O fenômeno Titanic", onde os engenheiros tinham tanta certeza de que o navio não iria afundar que sequer colocaram botes suficientes para todos e compara, inteligentemente, ao uso indiscriminado da biometria. E se der errado? Qual é o "plano B"? Senhas se trocam, e dedos? E olhos? 

O autor discute amplamente a questão da vigilância de governos sobre seus cidadãos, e apesar de ser voltado ao público americano, é muito esclarecedor ver como o processo funciona e saber que aqui também teremos essa realidade muito em breve. Talvez você não compre um livro qualquer se você teme responder nos tribunais à uma acusação de conspiração. Talvez você não visite sites sobre determinadas religiões ou visões políticas se você souber que o governo pode usar isso como uma evidência contra você e convenhamos, nenhum governo pode/deve ter esse poder sobre seus cidadãos. E ainda sobre governos utilizando tecnologias para vigilância, o autor lembra uma filosofia zen que diz: "Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém por perto para ouvir, ela fez barulho?". Não podemos, portanto, nos iludir achando que o fato de não vermos a vigilância acontecer significar que de fato não exista. Trata-se no final das contas de uma disputa injusta entre você e o governo, dada a quantidade de recursos disponíveis, leis e órgãos regulatórios aos quais o governo utiliza/dispõe. As pessoas não devem ser sistematicamente tratadas de maneira pior do que as outras por fatores que elas não têm o poder de mudar e se um governo possui um relatório sobre mim e não tenho acesso a esse relatório, estou exatamente na situação acima referida.

Como a obra nos instiga a buscar algumas respostas, decidi fazer uma pesquisa no grupo Alcides Maya Tecnologia no Facebook (grupo ao qual faço parte e contribuo eventualmente), questionando justamente a percepção que os participantes têm sobre a privacidade. Apesar da pouca participação para um assunto tão importante (infelizmente, diga-se de passagem), os resultados são exibidos abaixo:
Pergunta 1 (os participantes do grupo tiveram prazo de 1 semana para resposta):

"Você aprova que órgãos de segurança governamentais e agências de inteligência do estado interceptem conversas telefônicas, e-mails e demais comunicações de suspeitos de pedofilia on-line, terrorismo ou demais crimes pela Internet?Resultado: Sim (36)  |  Não (8)




Pergunta 2 (os participantes do grupo tiveram prazo de 1 semana para a resposta; a pergunta foi colocada após o término do prazo para a "Pergunta 01"):

"Você aprova que órgãos de segurança governamentais e agências de inteligência do estado interceptem conversas telefônicas, e-mails e demais comunicações de suspeitos de pedofilia on-line, terrorismo ou demais crimes pela Internet, mesmo que não haja um mandado ou ordem judicial para a interceptação?"
Resultado: Sim (11)  |  Não (7) 
(como a pesquisa foi feita em momentos distintos, nem todo o público inicial pôde ser atingido ou quis participar da pesquisa)



Pelos resultados, podemos ver que a maneira como a questão é abordada, pode sim influenciar o resultado e essa "artimanha" é agressivamente utilizada pelos governos em geral para obter aprovação da opinião pública. Mesmo havendo disparidade no número de participantes das pesquisas, nota-se que na segunda, houve um aumento no porcentual de pessoas que não aprovam a interceptação, caso não haja um mandado ou ordem judicial para tanto. A ordem judicial serve justamente para evitar o abuso das autoridades policiais, caso contrário, qualquer pessoa pode ser espionada utilizando-se qualquer pretexto, mesmo que absurdo. Ainda assim a maioria, representada por 61% dos participantes aprova que, havendo mandado ou não, as comunicações possam sim ser interceptadas por governos no combate aos crimes digitais. Será que essas pessoas sabem que os agentes da NSA utilizavam o "poder de fogo" do PRISM para espionar seus cônjuges? Ou que a CIA sequestrou e torturou equivocadamente um cidadão por meses por confundir seu nome com o de um terrorista?

Enfim, concordando ou não as opiniões devem ser respeitadas. Porém acho fundamental indicar esse livro, pois ele pode abrir os olhos para muitas questões que, se não estivermos atentos, podem passar despercebidas, mas que são muito importantes para nossos direitos enquanto cidadãos e que nos dizem respeito diretamente. Trata-se de um livro muito interessante e de leitura obrigatória para quem quer saber mais sobre o "duelo" entre "Segurança x Privacidade". Recomendo.

t+

Cristiano
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." - Aristóteles 
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